terça-feira, 16 de março de 2010

Névoas


Nas horas tardias que a noite desmaia, Que rolam na praia mil vagas azuis, E a lua cercada de pálida chama Nos mares derrama seu pranto de luz.

Eu vi entre os flocos de névoas imensas, Que em grutas extensas se elevam no ar, Um corpo de fada, serena dormindo, Tranqüila sorrindo num brando sonhar.

Na forma de neve, puríssima e nua, Um raio da lua de manso batia, E assim reclinada no túrbido leito Seu pálido peito de amores tremia.

Oh! filha das névoas! das veigas viçosas, Das verdes, cheirosas roseiras do céu, Acaso rolaste tão bela dormindo, E dormes, sorrindo, das nuvens no véu?

O orvalho das noites congela-te a fronte, As orlas do monte se escondem nas brumas, E queda repousas num mar de neblina, Qual pérola fina no leito de espumas! Nas nuas espáduas, dos astros dormentes, Tão frio não sentes o pranto filtrar? E as asas de prata do gênio das noites Em tíbios açoites a trança agitar?

Ai! vem, que nas nuvens te mata o desejo De um férvido beijo gozares em vão!... Os astros sem alma se cansam de olhar-te, Não podem amar-te, nem dizem paixão!

E as auras passavam, e as névoas tremiam, E os gênios corriam no espaço a cantar, Mas ela dormia tão pura e divina Qual pálida ondina nas águas do mar!

Imagem formosa das nuvens da Ilíria, Brilhante Valquíria das brumas do norte, Não ouves ao menos do bardo os clamores, Envolta em vapores mais fria que a morte!

Oh! vem! vem, minh’alma! teu rosto gelado, Teu seio molhado de orvalho brilhante, Eu quero aquecê-los ao peito incendido, Contar-te ao ouvido paixão delirante!...

Assim eu clamava tristonho e pendido, Ouvindo o gemido da onda na praia, Na hora em que fogem as névoas sombrias, Nas horas tardias que a noite desmaia.

E as brisas da aurora ligeiras corriam, No leito batiam da fada divina... Sumiram-se as brumas do vento à bafagem E a pálida imagem desfez-se em neblina!

Fagundes Varela /Santos - 1861.


Os bailes de antigamente.


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O Comportamento de um Cavalheiro

"Um cavalheiro nunca se senta com seu chapéu na presença de damas seja por um minuto sequer. Naturalmente tão forte é à força do hábito que um cavalheiro removerá inconscientemente seu chapéu ao entrar em uma sala de jantar ou sala íntima, mesmo se não houver ninguém presente. Pessoas que se sentam nas casas com seus chapéus na cabeça são forte suspeitas de terem passado boa parte de seu tempo em botequins ou lugares similares."
Manual de Martine, 1866.

Cavalheiros Na Presença de Damas “Chesterfield diz: ‘Civilidade é particularmente um dever que se tem à todas as mulheres; e lembra, que provocação qualquer não é justificativa para que um homem não seja delicado com todas elas; e o maior dos homens seria tido na conta de bruto se alguma vez não tratou sem a devida educação uma mulher. Essa é uma obrigação devida ao sexo feminino, e é a única proteção que elas têm contra a nossa força, que é maior que a delas; nem tampouco tal tipo de comportamento é permitido às mulheres; é permitido a um homem, sem covardia, que ele diga à uma mulher que ela é ou mais bonita ou mais inteligente do que ela realmente é.’” Manual de Martine, 1866.

Cavalheiros durante cumprimentos e apresentações “Os cavalheiros devem sempre tomar a iniciativa de convidar a dama a qual eles desejam acompanhar, ir com ela até o salão, acompanhá-la até o vestíbulo, e esperá-la até que ela esteja pronta para dirigir-se à sala de dança... convidá-la para a primeira dança, e acompanhá-la à ceia quando ela estiver pronta para ir. Ele deve observar e prestar atenção para que ela tenha sempre com quem dançar durante toda a noite. Após chegar em casa, se a dama convidá-lo para entrar, ele deve recusar. É obrigação que ele lhe envie um cartão e flores após dois dias.”

“Um cavalheiro deve sempre caminhar ao lado da dama e nunca tentar ir á sua frente. Se por um acidente ele pisar em seu vestido, ele deve rogar por seu perdão, e se por grande desajeitamento ele rasgá-lo, deve oferecer-se para levá-la ao vestíbulo para que ele possa ser reparado. Se no salão de baile uma dama pedir qualquer favor que seja a um cavalheiro, tal como verificar se o carro já está aguardando, ele não deve sob nenhuma circunstância recusar seus pedidos... cavalheiros bem educados irão buscar alguém que não esteja dançando no momento para fazer companhia à dama.”

Moda de época, século XIX


No século XIX, as mulheres e os homens se vestiam com muita elegância e classe. Os vestidos era longos, armados, feitos de tecidos de boa qualidade e os smokings também, que mudavam de acordo com as décadas. Vamos mostrar nessa reportagem os estilos de cada década, começando por 1840.


1850



As mulheres em 1850, usavam vestidos mais lisos, porem com lindos detalhes em baixo, bem acinturados e com acessórios nos cabelos.
Os homens usavam smokings e cartolas, muito elegantes.

1860



Em 1860, as mulheres usavam vestidos bem marcados, muitos topes, cores vibrantes, véus nos cabelos, tecidos brilhosos e de boa qualidade.
E os homens usavam smokings.

1870



Naquela época os vestidos das mulheres eram com muitos acessórios, babados, alguns decotados, flores nos cabelos, jóias, algumas usavam também capas e chapéis.
Já os homens usavam roupas bem sociais, como gravatas borboleta, coletes, ternos, geralmente de tecidos bons (os que possuíam mais posses) e relógios de bolso.