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Em 17 de agosto de 1841, nasce Luiz Nicolau Fagundes Verela, na cidade de Rio Claro, Rio de Janeiro.
Seus pais, D. Emília de Andrade e Sr. Emiliano Fagundes Varela, que era o juíz da vila de São Marcos, onde Fagundes Varela passou a maior parte de sua infância. Fagunde Varela viveu em várias cidades do Rio de Janeiro, onde passou por Angra dos Reis e Niterói. Em 1859, foi para São Paulo, quando iniciou a faculdade de direito, porém nunca à concluiu.
Na faculdade de direito, reunia-se com outros estudantes do seu mesmo curso em cemitérios para noitadas literárias e etílicas. Após sua ida pra São Paulo sua vida se tornou muito mais agitada e emocionante, foi quando ele conheceu uma famosa e elegante prostituta, Ritinha Sorocaba. Com ela viveu grandes e enlouquecidas histórias, que o deixaram cada vez mais distantes da faculdade (e mais para perto do alcoolismo, da falta de dinheiro e da literatura).
O poeta era mesmo muito bonito e encantador, com cabelos longos e olhar voltado à vida mundana, considerado pela população puritana de sua época, um completo irresponsável. Porém, um sonhador, naturalmente romântico e um grande poeta.
Após isso conheceu a amazona Alice Guilhermina Luande, filha do dono do circo Eqüestre e Ginástico Cia Luande, onde ficou completamente encantado por ela.
Ele então decidiu casar-se com Guilhermina, foi então que começaram os inúmeros problemas com a família do poeta. Já insatisfeito com o rendimento do filho nos estudos, Emiliano Varela foi insistentemente contrário ao casamento do rapaz, porém a essa altura ele ainda não sabia que seu filho era um poeta romântico.
Se fora capaz de mil e uma loucuras por bebidas, prostitutas e poesias, seria capaz de pelo menos o dobro (senão mais) por um grande amor.Para conseguir que seu pai autorizasse o casamento, Varela cavalgou de Sorocaba a São Paulo e de lá seguiu até o Rio de Janeiro (desta vez de vapor) para tentar uma conversa séria e sincera com o pai a respeito de suas intenções com Alice Guilhermina. Sobre isto conta o biógrafo Edgard Cavalheiro, segundo Sérgio Coelho de Oliveira , que Fagundes Varela pensou, balbuciou, mas não tomou coragem e nada disse ao pai. A coragem mesmo ficou só por conta do ímpeto de seguir viagem ao Rio de Janeiro, deixando em seu quarto alugado em São Paulo o cavalo que comprara em Sorocaba (é mais do que lógico: o cavalo foi encontrado morto, dias depois pelo dono da pensão, enquanto o poeta tentava algum discurso para convencer o pai do casamento).
De volta a São Paulo, ainda infeliz por nada ter conseguido, recebeu autorização do pai para o casamento. Devia de estar o juiz um pouco mais conformado com o fato de ter um filho poeta e romântico.
O casamento aconteceu no dia 28 de maio de 1862 numa residência, às 18h.
Fagundes Varela e Alice Guilhermina Luande viveram em Sorocaba por alguns anos. O poeta estava mesmo abandonando o futuro no Direito para acompanhar o circo em suas apresentações. Escrevia com freqüência ao Correio Paulistano e contava e declamava suas poesias aos quatro ventos do interior paulista.
Embora apaixonado pela artista amazona, Varela era um boêmio incontrolável. Estava novamente ele envolvido com a vida universitária, com a bebida e com os versos sempre aplaudidos pelos que tomavam contato com ele.
A situação poderia melhorar com a chegada do filho, trazer-lhe mais responsabilidade, talvez. Mas o fato é que piorou.
Nasceu em 4 de setembro de 1863, Emiliano, nome do avô, pai de Varela, e veio a falecer em 11 de dezembro do mesmo ano, com pouco mais de três meses de vida. Foi então que a vida do poeta decaiu o quanto pôde. Escreveu em homenagem ao filho morto o seu poema unanimemente tido como o mais belo e triste de sua obra poética “Cântico do Calvário”.
Sempre maltrapilho, infeliz, sem esperanças, entregou-se por completo à bebida. Nessa época, segundo artigo de Sérgio Coelho de Oliveira , o poeta Fagundes Varela estreitou relações amigáveis com tropeiros, que lhes cediam lugar para dormir e dividiam com ele a comida. É possível inclusive ler em alguns de seus versos essa experiência ao pé da fogueira e ao som da viola tropeira. Eram nesses momentos que a amargura tomava conta do poeta e o levava ainda mais distante da vida antes sonhada pelo juiz, seu pai, e tão mais longe ainda da que ele próprio sonhara no dia de seu casamento.
Numa nova tentativa de organizar sua vida, Fagundes Varela voltou a São Paulo para concluir o curso de Direito e dar novo rumo a sua vida. Isto, porém, levou-o novamente ao encontro das alucinadas e infelizes festas universitárias.
Há, inclusive, uma história muito comentada – e um tanto absurda – na qual nosso poeta teve participação efetiva. Relato.
Costumavam, os estudantes da São Francisco, organizar saraus em cemitérios. Este sarau, porém, teve final mais trágico do que o comum. Houve, certa vez, que uma idéia abrilhantou as cabeças alucinadas dos românticos: a coroação de uma musa para a cerimônia no cemitério da Consolação.
A então denominada Rainha dos Mortos, foi escolhida pelos estudantes: uma garota com deficiência mental chamada Eufrásia. Trataram os estudantes de arrumar um caixão, colocaram-na dentro e seguiram caminho ao cemitério, recitando poemas de Byron e bebendo o quanto fosse possível.
O absurdo só foi tomado a sério quando um dos estudantes percebeu que estava a garota Eufrásia morta de fato, não apenas desmaiada de susto como esperavam.
A polícia esteve à procura dos envolvidos com a morte da garota, mas pouco tempo depois o caso fora abafado por completo. Tratava-se, pois, de um grupo de jovens estudantes filhos de pessoas renomadas no Brasil, era esse o caso de Varela, filho de juiz de direito.
O que aconteceu ao poeta foi ter de seguir viagem, quase como que numa fuga, e tentar terminar seus estudos no Recife.
Mas para quem pensa que a vida de um artista romântico tem limite de desgraça, assustar-se-á neste momento da história. Em 1865 , enquanto estava no Recife para finalmente concluir seus estudos, morre Alice Guilhermina Luande, em Rio Claro, cidade natal de Varela. Ela havia sido levada por ele até sua família antes de sua partida para o Recife.
O que restava ao poeta era a poesia, esta que sempre esteve em primeiro lugar em sua vida. Daí em diante pouca coisa importa contar neste artigo. Que conheceu em Recife Castro Alves. Que publicou outros livros (vide bibliografia do autor). Que se casou novamente, por insistência da família, e teve duas filhas vivas e mais um filho morto prematuramente. Que faleceu aos 33 anos, no dia 18 de fevereiro de 1875, de apoplexia.
Embora apaixonado pela artista amazona, Varela era um boêmio incontrolável. Estava novamente ele envolvido com a vida universitária, com a bebida e com os versos sempre aplaudidos pelos que tomavam contato com ele.
A situação poderia melhorar com a chegada do filho, trazer-lhe mais responsabilidade, talvez. Mas o fato é que piorou.
Nasceu em 4 de setembro de 1863, Emiliano, nome do avô, pai de Varela, e veio a falecer em 11 de dezembro do mesmo ano, com pouco mais de três meses de vida. Foi então que a vida do poeta decaiu o quanto pôde. Escreveu em homenagem ao filho morto o seu poema unanimemente tido como o mais belo e triste de sua obra poética “Cântico do Calvário”.
Sempre maltrapilho, infeliz, sem esperanças, entregou-se por completo à bebida. Nessa época, segundo artigo de Sérgio Coelho de Oliveira , o poeta Fagundes Varela estreitou relações amigáveis com tropeiros, que lhes cediam lugar para dormir e dividiam com ele a comida. É possível inclusive ler em alguns de seus versos essa experiência ao pé da fogueira e ao som da viola tropeira. Eram nesses momentos que a amargura tomava conta do poeta e o levava ainda mais distante da vida antes sonhada pelo juiz, seu pai, e tão mais longe ainda da que ele próprio sonhara no dia de seu casamento.
Numa nova tentativa de organizar sua vida, Fagundes Varela voltou a São Paulo para concluir o curso de Direito e dar novo rumo a sua vida. Isto, porém, levou-o novamente ao encontro das alucinadas e infelizes festas universitárias.
Há, inclusive, uma história muito comentada – e um tanto absurda – na qual nosso poeta teve participação efetiva. Relato.
Costumavam, os estudantes da São Francisco, organizar saraus em cemitérios. Este sarau, porém, teve final mais trágico do que o comum. Houve, certa vez, que uma idéia abrilhantou as cabeças alucinadas dos românticos: a coroação de uma musa para a cerimônia no cemitério da Consolação.
A então denominada Rainha dos Mortos, foi escolhida pelos estudantes: uma garota com deficiência mental chamada Eufrásia. Trataram os estudantes de arrumar um caixão, colocaram-na dentro e seguiram caminho ao cemitério, recitando poemas de Byron e bebendo o quanto fosse possível.
O absurdo só foi tomado a sério quando um dos estudantes percebeu que estava a garota Eufrásia morta de fato, não apenas desmaiada de susto como esperavam.
A polícia esteve à procura dos envolvidos com a morte da garota, mas pouco tempo depois o caso fora abafado por completo. Tratava-se, pois, de um grupo de jovens estudantes filhos de pessoas renomadas no Brasil, era esse o caso de Varela, filho de juiz de direito.
O que aconteceu ao poeta foi ter de seguir viagem, quase como que numa fuga, e tentar terminar seus estudos no Recife.
Mas para quem pensa que a vida de um artista romântico tem limite de desgraça, assustar-se-á neste momento da história. Em 1865 , enquanto estava no Recife para finalmente concluir seus estudos, morre Alice Guilhermina Luande, em Rio Claro, cidade natal de Varela. Ela havia sido levada por ele até sua família antes de sua partida para o Recife.
O que restava ao poeta era a poesia, esta que sempre esteve em primeiro lugar em sua vida. Daí em diante pouca coisa importa contar neste artigo. Que conheceu em Recife Castro Alves. Que publicou outros livros (vide bibliografia do autor). Que se casou novamente, por insistência da família, e teve duas filhas vivas e mais um filho morto prematuramente. Que faleceu aos 33 anos, no dia 18 de fevereiro de 1875, de apoplexia.
que coisa ruim,
ResponderExcluirbrinks
:DDD